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Orla do Guaíba

2012 - 2018

Porto Alegre, Rio Grande do Sul

O Parque Urbano da Orla do Guaíba é um gesto importante da Prefeitura de Porto Alegre, devolvendo para a cidade e seus cidadãos o uso e apreciação de um de seus mais preciosos patrimônios naturais: a Orla do Guaíba. É uma intervenção de 56,7ha ao longo de 1,5km da margem do Lago Guaíba em Porto Alegre, a maior metrópole do sul do Brasil.

Sérios problemas relacionados à segurança, ao abandono e à degradação tornaram a área, originalmente parte do sistema de controle de cheias, um problema para a cidade. Com a implantação do parque, cria-se um ponto de encontro qualificado para seus 1,5 milhões de habitantes; 4,2 milhões em escala metropolitana.

É um projeto de regeneração urbana e ambiental que afetará positivamente a qualidade de vida dos porto-alegrenses, gerando efeitos sociais, econômicos e ambientais sistêmicos. Conectam-se as pessoas, a cultura, a história e a natureza em um círculo virtuoso de valorização.

Adjacente à área central de Porto Alegre, o parque é muito bem conectado à malha urbana, sendo de fácil acesso aos pedestres e ciclistas, metrô, ônibus e automóveis em geral.

O programa traz os elementos necessários para a valorização de seu entorno, através do crescimento do turismo, valorização imobiliária e recuperação do ambiente natural. Trata-se de um projeto de integração que traz elementos dos ambientes naturais e construídos, permitindo que as pessoas se reúnam e aproveitem este novo espaço, equipado com bares, cafés, áreas esportivas, sanitários, entre outros. O que antes onerava o município se torna um ativo importante, um elemento de sustentabilidade, reduzindo custos e agregando valor.

As qualidades arquitetônicas do projeto estão ligadas a forma como ele se insere na paisagem, tirando partido da topografia para acomodar a infraestrutura necessária e criar passeios de contemplação do cenário. Os materiais são concreto, vidro, madeira e aço em seus acabamentos naturais, garantindo leveza ao conjunto. As formas curvas tiram partido da plasticidade do concreto e o desenho se relaciona ao movimento das águas, desenvolvendo-se gentilmente ao longo do terreno.

A dimensão cênica do estuário será revalorizada pela implantação de arquibancadas que correm ao longo de todo o parque, oferecendo os melhores assentos para se apreciar o “pôr do sol mais bonito do mundo”.

Um elemento importante da solução é a luz. Durante o dia, a luz do sol e seus reflexos no Guaíba guiam o espetáculo; após o anoitecer, é a vez da arquitetura com seu projeto luminotécnico criar no calçadão o semblante de um céu estrelado.

O projeto paisagístico é pensado com cuidado aos aspectos ecológicos deste habitat ribeirinho e procura reintroduzir espécies nativas ao ambiente, promovendo sua regeneração. A vegetação nativa remanescente permanece respeitada pelos elementos construídos, implantados ao seu redor. Para cada setor (por exemplo, áreas sujeitas a cheias naturais ou as áreas secas mais elevadas), foram selecionadas espécies específicas. De modo geral, o projeto funciona não apenas como um plano de regeneração, mas como um ambiente aberto, vivo e permanente de educação ambiental.

A partir da recuperação do ambiente natural e da criação de um novo endereço, o parque se torna palco para diversas formas de expressão cultural e artísticas, tanto tradicionais, como a Semana Farroupilha, quanto novas.

O patrimônio construído presente na região – o Centro Cultural do Gasômetro, o Cais Mauá e o Centro Cívico – ganharão nova visibilidade. O fluxo constante de pessoas no parque vai transbordar para o centro da cidade, aumentando o público para estas atrações, assim como injetando um novo ânimo para a economia local.

Além disso, o parque tem grande impacto positivo no tecido social da cidade; ao recuperar uma área degradada, aumenta o senso de pertencimento da população e demonstra o cuidado da cidade por seu patrimônio e seus habitantes.

Através da arquitetura, paisagismo e luminotecnia, em conjunção com uma vasta gama de atividades, o Parque Urbano da Orla do Guaíba mostra como a simbiose entre os ambientes construído e natural é possível, criando-se em Porto Alegre um lugar vibrante e sustentável.

Ficha Técnica:

Arquitetura e Paisagismo:

JAIME LERNER ARQUITETOS ASSOCIADOS

Jaime Lerner – Supervisão geral

Arqº Fernando Antônio Canalli – Coordenação de Projetos e Acompanhamento de Obras

Arqº Paulo Kawahara

Arqº Valéria Bechara

Arqº Gianna Rossanna De Rossi

Arqº Ariadne Daher

Arqº Felipe Guerra

Arqº Fernando Popp

Arqº Taco Roorda

Engº Agrônomo Carlos Oliveira Perna

Desenvolvimento: Grifo Arquitetura

Construtores: CONSÓRCIO ORLA MAIS ALEGRE

Procon Construções Indústria e Comércio
Sadenco – Sul Americana de Engenharia e Comércio Ltda
SH Estruturas Metálicas
Topografia: PRISMA Topografia

Batimetria: AEROGEO Aerofogrametria, Geoprocessamento e Engenharia

Sondagem: Fundasolos

Terraplenagem: Engecram

Fundações: Emepê Fundações

Tecnologia de Concreto: Daher tecnologia em engenharia

Estrutura de Concreto: AS Estruturas Engenheiros Associados

Estrutura de Aço: Andrade e Rezende Engenharia de Projetos

Estrutura de Madeira: Koga Engenharia

Projeto de Vidros: Solutemp Soluções em Vidros

Projeto Hidráulico, Abastecimento de Gás, Rede de Água, Prevenção Contra Incêndios: Eduardo Ribeiro Escritório de Projetos

Projeto de Rede de Água, Esgoto e Drenagem: SERENCO Serviços de Engenharia Consultiva

Projeto Elétrico, Lógica e Telefonia: Império Engenharia Elétrica

Fibras Óticas: FASA

Luminotecnia: Luz Urbana

Climatização: Michelena Engenharia de Climatização

Arqueologia e Recuperação das Obras de Arte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre – Secretaria Municipal da Cultura

Orçamento: Planor Engenharia

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